14.6.08

Anthrax



Faz quase 7 anos. Eu devia estar, hmm, vejamos... na 7ª série do ensino fundamental. Nos últimos três meses do ano, um assunto predominava: o 11 de setembro. Depois dos fatídicos ataques aos Estados Unidos e a conseqüente empreitada norte-americana no Afeganistão, o assunto da vez era o Anthrax.
Cartas misteriosas contendo um pó branco começaram a aparecer em vários cantos nos EUA. Quem entrava em contato, morria depois de 7 dias (ah, não.. isso é o O Chamado). E logo temeu-se um ataque terrorista global, que poderia dizimar mais gente que a Gripe Espanhola. Já pensou se um terrorista muito louco, doidão, larga um pouco da bactéria assassina (o Bacillus anthracis, ou Anthrax) no metrô de Nova Iorque?! Um dia depois e 200 mil pessoas já teriam morrido!! (ok, isso foi uma hipérbole)

Bom, Felipe e eu, colegas de escola, 13 e 12 anos, respectivamente, estávamos pouco nos importando se milhões de pessoas mundo afora iriam morrer. Você sabe, crianças dessa idade (e um poucos maiores, também :) ) adoram tragédias, sangue, morte e afins. E isso não é exagero, oras. Não é a toa que Counter Strike, GTA e seus similares são um sucesso.
Pois bem, toda aquela atmosfera de guerra e terror fez com que idéias "pouco ortodoxas" surgissem em nossas cabecinhas. E Felipe e eu bolamos o plano que , até hoje, nos faz rir daquela época de delinqüentes mirins (ah.. nem era pra tanto, também...)

No recreio ficamos na sala-de-aula. Fiz, com todo o cuidado, um envelope de papel sulfite. Felipe catou um pouco de pó de giz e colocou dentro do envelope. E preenchemos...

Destinatário: Dona Maria*
Endereço: Rua xxxxxxx, nº xxx - Bairro xxxxxx
Içara, SC

Remetente
Osama Bin Laden
Afeganistão

Quanta idiotice. Quem iria acreditar numa besteira dessas? Nem tínhamos essa noção. E prosseguimos com o plano.
No início da tarde, fomos para a escola. Enquanto observávamos de longe, Beth, a irmã do Felipe, - e que também trabalhava na escola -, foi falar com Dona Maria:
- Maria, essa manhã veio um rapaz entregar essa carta pra ti. Era bem diferente.. Tinha bigode, uma barbichinha e usava até turbante.
- Ah, que legal! Deve ser carta do meu filho que tá em Florianópolis...

E a dona Maria, certa de quem era o remetente, nem leu o envelope...

- Ué... Tem nada aqui... Peraí! Que isso?!! Um pó branco... Por que meu filho iria mandar isso?!
- Maria, será que a carta é do teu filho mesmo? Lê o envelope...
- Tá certo.. Remetente... Osama bin Laden?!! Ai, meu Deus!! Os terroristas querem me matar! Isso é antraize! Isso é antraize!
- Calma, Maria!
- Calma nada! Eu vou morrer, Beth! É antraize!!!

Era muita maldade com a pobre. Então, decidimos ir lá contar toda a verdade, mesmo correndo risco de apanhar... Quero dizer.. Demoramos uma meia-hora até contar. Nesse meio tempo era impossível parar de rir. E se ela sofresse um ataque do coração nesse meio tempo, a coisa ia feder. Sorte que tudo terminou bem. :P



* Dona Maria é um pseudônimo para proteger a identidade da nossa vítima.



2 comentários:

  1. UAIOhaiushdiuashduiahsdiuhAIUhiuhIAUShAUIShiuashasdauishdiaushd

    eu não contaria não, deixava a muieh loca lá
    auihdiuashdiusahdiuahsdiuashdiuhasd

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  2. huahuahuahuahua
    se é engraçado só de ler, imagino se estivesse lá vendo tudo ao vivo!!!!!

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oi